A febre do Oropouche é uma doença tropical causada pelo arbovírus Oropouche orthobunyavirus. É endêmica na América Central e do Sul, com casos e surtos relatados no Brasil desde a década de 1960, principalmente na região Amazônica. Recentemente, tem havido um aumento de casos em outras regiões do Brasil, como Espírito Santo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Transmissão: A doença é transmitida principalmente pela picada do mosquito Culicoides paraensis, conhecido popularmente como maruim, meruim ou mosquito-pólvora. Outros mosquitos, como Aedes serratus, Coquillettidia venezuelensis e Culex quinquefasciatus (pernilongo), também podem estar envolvidos na transmissão. O vírus não é transmitido de pessoa para pessoa.
Sintomas: Os sintomas da febre do Oropouche são semelhantes aos da dengue e de outras arboviroses, geralmente aparecendo de 3 a 8 dias após a picada do mosquito infectado. Os principais são:
- Febre de início súbito e intensa
- Dor de cabeça (cefaleia) prolongada e intensa
- Dores musculares (mialgia)
- Dores nas articulações (artralgia)
Outros sintomas que podem ocorrer incluem:
- Calafrios
- Tontura
- Dor retro-ocular (atrás dos olhos)
- Fotofobia (sensibilidade à luz)
- Náuseas e vômitos
- Diarreia
- Erupções cutâneas (raramente)
Em alguns casos, principalmente em pessoas imunocomprometidas, a infecção pode evoluir para manifestações mais graves, como acometimento do sistema nervoso central (ex: meningite asséptica, meningoencefalite) e manifestações hemorrágicas (petéquias, epistaxe, gengivorragia). Uma parte dos pacientes (até 60%) pode apresentar recidiva dos sintomas após 1 a 2 semanas.
Tratamento: Não existe tratamento antiviral específico para a febre do Oropouche. O tratamento é sintomático, visando aliviar a dor e a febre com o uso de analgésicos e anti-inflamatórios. Em casos graves, a terapia antiviral com ribavirina pode ser considerada. É fundamental buscar atendimento médico para diagnóstico e orientação adequados.
Prevenção: As medidas de prevenção da febre do Oropouche são semelhantes às de outras arboviroses e se concentram em evitar a picada do mosquito e controlar a proliferação dos vetores:
- Minimizar a exposição aos vetores: Usar roupas que cubram a maior parte do corpo e aplicar repelente nas áreas expostas da pele.
- Controle de mosquitos:
- Evitar o acúmulo de água parada, onde os mosquitos se reproduzem (caixas d'água bem tampadas, lixeiras tampadas, pratos de plantas com areia, calhas limpas, piscinas cobertas, ralos tampados, etc.).
- Limpeza de terrenos e locais de criação de animais.
- Recolhimento de folhas e frutos que caem no solo.
- Uso de telas de malha fina em portas e janelas.
